março 27, 2011

20. Novo artigo

Mais feliz era Heródoto, que viveu antes das universidades: bastou um livro para assegurar a sua imortalidade. Hoje em dia, qualquer um que se envolva no meio acadêmico precisa produzir um fluxo constante de publicações, apresentações, qualquer coisa que possa acrescentar algumas linhas ao currículo; um CV volumoso aumenta as chances de entrar na pós-graduação, ser contratado, enfim, todas as coisas boas.

Não que a simples quantidade baste: onde se é publicado também é importante. O índice Qualis, uma das obsessões dos pesquisadores, mede a qualidade dos periódicos, não dos textos. As revistas recebem uma avaliação de 0 a 7 (expressa em letras; em ordem crescente, temos: C, B5, B4, B3, B2, B1, A2 e A1) de acordo com uma série de critérios, e os pesquisadores têm sua produção avaliada de acordo com as revistas em que publicaram. Colocando em termos práticos, se Einstein fosse brasileiro e tivesse publicado a teoria da relatividade especial em uma revista de Qualis baixo, isso beneficiaria menos a carreira dele do que publicar artigos medíocres em revistas conceituadas. Provavelmente precisamos de alguma espécie de critério objetivo para saber quem é mais ou menos relevante em sua área, mas se até eu vejo os problemas do sistema atual em dois minutos, é porque realmente temos problemas.

Depois desse preâmbulo para explicar porque é do meu interesse ter publicações, informo aos interessados que acabo de ter um artigo publicado na nova edição da revista Semina, que trata de como era visto o trabalho feminino nos anos 20 do século passado. Para não estragar a surpresa, apenas vou adiantar que era complicado, porque havia valores conflitantes em jogo.

Confiram a revista, deem uma chance aos artigos, divulguem...

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